Na noite desta terça-feira (07), na trigésima quinta sessão ordinária do ano, foi aprovado em segunda votação o projeto de lei legislativo, n.º 04/2023, que nomeia o novo paço do município de Palmeira. A iniciativa, partiu do vereador Reinaldo Carlos Borges, bancada do (PL), contando com o apoio de todos os nobres “Edis” do plenário.
Hermínio Alvim Matias nasceu em Imaruí/SC, em 30 de outubro de 1910. Era filho de Alvim Pedro Matias e Joana Izabel Fernandes. Foi casado com Maria Alves Matias, com a qual teve 11 filhos: Anita Xafranski, Adilha Matias Faria, Nadir Matias, Edite Bitencourt, Augustinho Matias, Maria Salete de Souza, Milton José Matias, Valdete Maria de Jesus, Norma Tereza Werner, João Carlos Matias e Luiz Carlos Matias.
Em 1954, veio para a Palmeira, cuja área distrital abrangia a Encruzilhada (hoje, Otacílio Costa), e onde, 6 anos antes, havia sido instalada a fábrica Papel Itajaí LTDA., no rastro do ciclo da madeira que colocou a Região Serrana na linha de frente da economia catarinense.
Ainda num tempo em que não havia nem energia elétrica no Distrito de Palmeira, o sr. Hermínio teve como seu primeiro comércio um hotel, que depois veio a ser um bar, época em que adquiriu um motor a diesel para gerar energia elétrica.
O motor era ligado pela manhã e à noite, para fazer funcionar uma geladeira que fabricava sorvete e picolé. Durante muito tempo essa foi a única geladeira desse tipo na região.
Com hotéis, bares, armazéns e serrarias, Palmeira tinha um considerável movimento econômico, surgindo, por isso, o primeiro movimento pela sua emancipação englobando a Encruzilhada.
O Sr. Hermínio era um homem reservado e de poucas palavras, características que deram a ele o apelido de: Sr. Paciência. No entanto, como gostava de política, esteve sempre à frente dos movimentos políticos locais desde que chegou na Palmeira.
O apelido “Sr. Paciência” foi usado em sua propaganda quando se candidatou à Vereador para a Câmara de Lages, em 1962, ficando como suplente com 7% dos votos conquistados pela UDN. 5 anos antes, ele já havia colocado seu nome no DNA nos atuais municípios da região, Palmeira e Otacílio Costa.
Isso porque, em 1957, em nome da UDN, ele redigiu de próprio punho e encaminhou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina o primeiro documento oficial pedindo o reconhecimento de Palmeira como Município, cujo território abrangia a antiga Encruzilhada.
Em razão da demora na tramitação legislativa e de acontecimentos políticos da época, o pedido acabou ficando engavetado, de modo que Palmeira somente alcançou sua emancipação político- administrativa em 18 de julho de 1995, através da Lei Estadual n° 9.884/95.
Sr. Hermínio se aposentou em 1973, não tendo muito tempo para desfrutar da aposentadoria, porque em 9 de dezembro de 1975, foi vítima de um infarto fulminante, falecendo em sua casa, em Palmeira. Seu corpo foi inicialmente sepultado no Cemitério do Cerro Alto, sendo que anos depois fora removido para o Cemitério Municipal de Otacílio Costa, para ser colocado junto à sua esposa, Dona Maria.
“É digno de admiração olhar para trás e ver que, já em 1957, há exatamente 66 anos, sr. Hermínio teve a consciência e visão do potencial que tinha Palmeira, ou seja, com base no brevíssimo histórico aqui feito, podemos ter uma noção da coragem e da pessoa visionária, foi comerciante e político atuante para com a nossa região, enaltecendo-a, querendo vê-la prosperar. O bom homem que foi é o tronco de uma família que, além de 11 filhos, soma até agora mais de 180 pessoas entre netos, bisnetos e tataranetos
“Agradeço a todos os vereadores e ao propositor da matéria, vereador Reinaldo, digo da importância da denominação, pode ser de um prédio, ou qualquer outro estabelecimento público, enfim, obras públicas que são denominadas por pessoas que passaram pelo simples fato de fazerem parte desde o surgimento do município, é um orgulho para família.” Finalizou o advogado João Carlos Mathias, um dos filhos do homenageado.
